COLETÂNEA DE TOADAS

Relação de toadas


  1. Boi Cigano
  2. Encontro Feliz
  3. Mulher ingrata e fingida
  4. O cavalo Buriti
  5. Gibão de couro
  6. Despedida  do Vaqueiro
  7. Pastor do gado
  8. Se um dia eu deixar o meu sertão
  9. Canção do lenço
  10. O acordar da sertanejo
  11. Sertão, poeta e vaqueiro
  12. A origem do meu sertão
  13. A pegada da Juriti
  14. Eu fui para o céu
  15. Fazenda Boa sorte
  16. Saudando a vaquejada
  17. O grito do camponês
  18. Os fracos do bom vaqueiro
  19. cavalos de José Camelo
  20. Vaqueiro, gado e mulher
  21. Não sabe o que é sertão
  22. Traição do amor
  23. Eu, ela e a saudade
  24. Homenagem Póstuma
  25. Pega do boi Caboré
  26. O vaqueiro e o motorista
  27. A seca do Sertão
  28. Não Posso mais ser vaqueiro
  29. Ouro fino
  30. Irmãos Nordestino
  31. Lampião rei do cangaço
  32. Novilha Cigana
  33. A preferência do vaqueiro
  34. Cavalo campeão e a vaca Chuvinha
  35. Pé de Umbuzeiro
  36. Cavalo Faixa Branca
  37. Da farda para o gibão


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1. Boi Cigano


Fui uma festa no sertão pernambucano
Peguei o boi mais valente do sertão
Entrei na festa escutei logo boato
tome cuidado quando for entrar no mato
Que o boi cigano é ligeiro igual um gato
Pra pegar ele tem que ter opinião


O fazendeiro me abraçou e foi falando
esse boato corre a  mais de 15 anos
Tenho um diploma para quem pegar cigano
e deixar ele amarrado no mourão


Entrei no mato encontrei o rastro dele,
sai andando mais na frente avistei ele,
dei quatro gritos e botei o cavalo nele
Corri com ele em cima de um chapadão


O boi corria lá em cima da chapada,
Saiu descendo a procura da baixada
Deixando pedra e catingueira arrancada
Fui pegar ele lá dentro de um grutilhão


O touro velho não aguentou a carreira
Amarrei ele num tronco de aroeira
Ficou o cheiro da casca da catingueira,
no meu chapéu,na perneira e no gibão


Esse diploma eu guardei como lembrança
é uma prova que no tempo de infância
eu fui vaqueiro e tive muita confiança
Corri no mato e o honrei minha profissão


Eu fui vaqueiro e tive muita confiança
Corri no mato e honrei minha profissão


2. Encontro Feliz
Galeguinho Aboiador



Quando eu tinha 12 anos
eu fui  numa vaquejada
na cidade de Inhambupe
a festa estava animada
Foi lá que soltei o meu grito
e conheci Manoelito
Eta hora abençoada


Era um dia de domingo
Numa tarde de verão
que Miro me apresentou
E ele apertou minha mão
Com aquela gentileza
eu nao sabia da riqueza
que tinha aquele cidadão


Eu comecei aboiar
ele ficou admirado
pela idade que eu tinha
fazendo verso inspirado
confesso eu tava chorando
pra ele eu já fui contando
um pouco do meu passado


Ele disse Galeguinho,
onde é que você mora?
Eu disse eu sou de Pombal
Ele respondeu na hora
Vou te livrar do castigo
se quiser morar comigo
eu vou te levar agora


Eu disse a ele eu não posso
o motivo eu vou explicar
é que vivo cantando em feira
pra minha mãe sustentar
Foi triste o que aconteceu
depois que papai morreu
eu assumir o seu lugar


Ele pegou me olhar
e ao mesmo tempo pensava
com o coração bondoso
como é que me ajudava
eu com um chapéu de vaqueiro
ele encheu de dinheiro
que em dez festa eu não ganhava


Confesso eu fiquei alegre
mas comecei a pensar
me deu porque tá bebendo
e amanhã vai me tomar
viajei de madrugada
saindo da vaquejada
antes da festa acabar


Quando eu cheguei em casa
Mamãe alegre ficou
Dei o dinheiro pra ela
que muitas coisas comprou
me lembrei do cidadão
que tinha me dado o cartão
de Alagoinhas motor


Me bateu uma vontade
dentro de meu coração
de rever aquele homem
que me deu tanta atenção
viajei de manhãnzinha
chegando em Alagoinhas
com uma sacola na mão


Eu vi uma casa grande
cheia de carros novinhos
Vi uma moça sentada
que me atendeu com carinho
com sua voz de consolo
Disse: Oh Manoelito Argolo
Aqui tem um galeguinho


Ele veio dando risada
Como é que vai meu cantor?
eu disse tá tudo bem
Como é que vai o senhor?
Eu vim lhe pedir perdão
não lhe dei satisfação
quando a festa se acabou


Ele disse: tudo bem
falando dessa maneira
me levou pra o Rancho Alegre
Cantei uma semana inteira
E comecei achar bom
Me deu um carro com som
para eu cantar nas feira


Eu peço a Jesus do céu
para Ele abençoar
Aquela família Argolo
Que nada possa faltar
com muito amor e carinho
que ajudou o Galeguinho
que nasceu para aboiar


3. Mulher Ingrata E Fingida
Arreio de Ouro



Mulher ingrata e fingida,
Não ignore eu dizer
Todo mal da minha vida
só vem do se proceder
Seguistes nos meus encalços,
Com sorriso e beijos falsos,
me deixando alucinado.
Meu sofrimento é sem pausa,
Oh mulher por tua causa
vou morrer embriagado


Embriagado eu percebo
que algum dos meus camaradas
Me perguntam porque bebo
pra cair pelas calçadas,
Eu ergo a cabeça e digo,
Respondo pra uns amigos
não bebo por vaidade
Bebo pra espairecer
uma mágoa a esquecer
De quem me fez falsidade.


Toda minha desventura
Foi amar quem não me ama,
Tô lotado de amargura,
o meu coração reclama.
O que mais me diminui
É eu lembrar que já fui
da alta sociedade
Pra hoje eu viver sozinho
Triste igual um passarinho
na gaiola da saudade.


Minha família comenta
porque vivo desse jeito,
Minha mãe chora e lamenta,
Papai vive insatisfeito,
Minha mãe me reclamando
E papai me abraçando
já vendo a hora eu morrer,
Com o rosto banhado em prantos
Me pede por todo santo
pra eu deixar de beber.


Quando passa uma agonia
perante meus velho pais,
Faço uma garantia
juro que não bebo mais,
Quando vejo os namorados
se beijando e agarrados,
Com aquilo eu me comovo,
A saudade dela vem,
Pego a lembrar de meu bem,
O jeito é beber de novo.


Minha vida é mal vivida
Por causa dessa mulher,
Assim vou levando a vida
Até quando Deus quiser,
Quando vem anoitecendo
ergo a cabeça dizendo,
-vento me faça um favor
você que vem do além
traga notícia também
de quem já foi meu amor-.


Triste de quem se apaixona
Como eu me apaixonei,
Foi por causa dessa dona
Que eu me degenerei,
Quando eu estou bebendo
Minha mãe chega dizendo,
-vá pra casa filho amado-.
Saio pela rua tombando
e o povo atrás gritando
-eita vaqueiro apaixonado-
E o povo atrás gritando -
eita vaqueiro apaixonado-


4. O Cavalo Buriti
Buy e Deraldo


O Cavalo Buriti
é campeão de mourão
Santinho tá lhe tratando
do seu  jeito está gostando
ele fica relinchando
quando bota o boi no chão (2x)


Quando ele encosta na sangra
chama a galera atenção
quando abre a porteira
o boi sai na carreira
um puxa outro bate esteira
durante a competição (2x)


Nas festas do meu no Nordeste
Já tem sido campeão
Quando encosta no jíquí
Santinho adoma Buriti
Puxa o boi pra ver cair
que chega estremece o chão


Quando bota o boi na faixa
Buriti sente a emoção               
10 e 11 é o seu dia
de mostrar filosofia
Santinho sente alegria
com prazer no coração


Ofereço essa toada
aos vaqueiros do mourão
cantando com forte embalo
neste meu poema eu falo
a história de um cavalo
que relincha no mourão


5. Gibão de couro



Meu gibão velho remendado,
De tanto eu correr rasgou,
Me faz lembrar ao passado,
Nos tempos do meu avô,
Em 98 anos, veio um cristão desumano,
Levou, me deixou em pano.
Sentindo tristeza e dor.


Ninguém somava o valor
Daquele velho gibão,
Um vaqueiro sem pudor,
Me fez essa traição,
Usar outro não tem jeito,
me sinto insatisfeito,
Porque veio mal sujeito,
levou meu gibão de couro.


Meus olhos são rio de choro,
No meio da rapaziada,
Fico olhando meus colegas,
entrar na mata fechada,
Já foi meu lençol, meu forro,
Sem meu gibão eu não corro,
De desgosto eu quase morro,
Pra mim morreu vaquejada.


Tantas festas organizadas,
Pra correr boi na madeira,
Dez gibão novo não serve
Pra mim dá uma carreira,
E o consolo é que me resta,
Quebrar meu chapéu na testa
Ficar bebendo nas festas,
De guarda-peito e perneira.


E eu peço a classe vaqueira,
Que brinque sem ter desaforo,
Não inveja seus colegas,
quando ele pegar um touro,
São palavras de Zé Dinga
que se afastou da caatinga
Por que levaram à mingua
seu gibão velho de couro.


6. Despedida do Vaqueiro



Eu vou cantar pra os ouvintes,
do vaqueiro a despedida,
que o patrão botou pra fora
e na hora da saída,
se despedindo do gado
e dando adeus por toda vida
o patrão arrependido
de ter posto para fora
seu vaqueiro bom de gado
que tanto serviu outrora,
mandou logo um portador
chamá-lo na mesma hora
o vaqueiro foi urgente
para atender o chamado,
foi no horário da noite
a fim de não ver o gado,
pois não pretendia
ter recordações do passado,
ele dizia consigo
por ventura meu patrão,
quer que eu volte a fazenda
com certeza é confusão,
ou ele reconheceu
que me expulsou sem razão
E foi chegar na fazenda
Próximo ao cantar do galo
E o patrão tava acordado
com desejo de abraçá-lo
Conheceu que era ele
pelo rinchar do cavalo
Quando o cavalo rinchou
As vacas se levantaram
E os bezerros estavam longe
Logo se aproximaram
Quando ele entrou no alpendre
Os bezerros acompanharam
Disse o vaqueiro ao patrão
vim atender o chamado
O patrão disse:
caboclo, eu vou lhe entregar o gado
Desde que você saiu
é tudo desmantelado.
Depois da sua saída
as vacas se revoltaram
Não foram mais no curral
Nem os bezerros mamaram
Já morreram quinze reses
Fora as que desabaram
Disse o vaqueiro ao patrão
Eu não posso mais voltar
já estou bem colocado
Mesmo eu cansei de lutar
Ai baixou a cabeça
e começou a pensar
Disse o patrão eu lhe entrego
Todo gado quanto tem
Enquanto você quiser
aqui não entra ninguém
Só você pode dar jeito
Ao desmantelo que tem
Tome conta da fazenda
Mude de opinião
Sei que você tem direito
Pois eu conheço a razão
Queira esquecer o passado
do seu ingrato patrão
Nessa altura, algumas reses
já tinha se aproximado
E o vaqueiro no terreiro
Pelos bezerros cercados
Berrando ao redor dele
como quem dava um recado
o vaqueiro disse ao patrão
eu não me domino mais
portanto vou tomar conta
de todos seus animais
aí saiu aboiando
e o gado berrando atrás
ele aboiava na frente
o gado se reunia
boi de toda qualidade
de todo lado saía
berrando e exclamuçando
como quem se divertia
ele aboiava e dizia
meu gado  mais uma vez
eu voltei pra tomar conta
e fazer tudo por vocês
Deus querendo de hoje em diante
não morre mais uma rês
Vinha surgindo outra rês
era um garrote aleijado
que no tempo de bezerro
tinha sido caruado
por não poder vir na frente
chegou no coice do gado
cheirava os pés do vaqueiro
saia e depois voltava
se atravessava na frente
e do cavalo e se esfregava
como quem fosse um amigo
que com outro se encontrava
Já o vaqueiro enxugava
todas as lágrimas que caia
e o patrão observando
ficou com tanta alegria
chamou todos seus amigos
e celebrou naquele dia
Vaqueiro que é vaqueiro
zela seu gado e quer bem
Todo dia a vai campo
contar as rezes que tem
quem nao gosta de vaqueiro
não gosta mais de ninguém


7. Pastor do Gado


Jesus me mandou ao mundo
pra ser o pastor do gado
Por ser vaqueiro me sinto
por muito privilegiado
Obrigado onipotente
por me dar este presente
Por ser um dos contemplados
Por Deus fui determinado
que eu fosse um herói vaqueiro
Pra viver pelas campinas
correr pelos tabuleiros
Já que esta é minha sorte
vou cumprir até a morte
Meu destino verdadeiro
Correr com boi marroeiro
Era minha diversão
no pé da gruta assombrosa
Ou no lombo de um brutão
o boi tinha que ser baixo
Pra poder pegar embaixo
ou me escapar das mãos
A negra recordação
de lembrar todos os dias
Devorando a mocidade
consumindo as alegrias
De deixar velho e cansado
revivendo meu passado
Nas velhas fotografias
É uma grande covardia
O que a velhice nos faz
Leva nossa mocidade
pra não trazer nunca mais
Carrega o nosso prazer
deixa a gente no querer
Fazer e não poder mais


8. Se um dia eu deixar o meu sertão


se um dia eu deixar o meu sertão
resolver viajar para distante
eu por lá vou me lembrar a todo instante
das perneiras o chapéu e o gibão
da espora o chicote e o facão
da susana da corda e a laçada
do cavalo o galope e a passada
da cacimba o açude e o barreiro
se um dia eu deixar de ser vaqueiro
vou chorar com saudade da boiada


desde novo que eu sou acostumado
em laçar touro bravo na caatinga
comer carne de bode e tomar pinga
dançar xote baião e correr prado
aboiar tirar leite e tanger gado
ganhar taça e troféu em vaquejada
vacinar campear e cantar toada
e namorar com filha de fazendeiro
e se um dia eu deixar de ser vaqueiro
vou chorar com saudade da boiada


eu não penso em deixar a minha terra
o lugar que eu nasci e fui criado
que não quero viver como empregado
vou ficar aqui no meu pé de serra
assistir a ovelha quando berra
de manhã o cantar da passarada
meia noite uma coruja parada
na estaca da cerca do chiqueiro


se um dia eu deixar de ser vaqueiro
vou chorar com saudade da boiada
eu não quero mudar meu ideal
pra dizer que eu sou capitalista
vou seguir minha vida de artista
só não quero negar meu natural
se trabalho do campo a capital
mais não acho esta luta tao pesada
la na serra construí minha morada
sou feliz com meu povo o tempo inteiro
se um dia eu deixar de ser vaqueiro
vou chorar com saudade da boiada


admiro demais a natureza
vem a chuva o relâmpago e o trovão
deus mandando a riqueza pra o sertão
se ver água descer na correnteza
já se vê muito lucro com certeza
sendo assim já não vai mais faltar nada
vê o sol de uma manhã de orvalhada
clareando o painel do tabuleiro
se um dia eu deixar de ser vaqueiro
vou chorar com saudade da boiada


o vaqueiro é um gênio sertanejo
que desperta a boiada nordestina
o aboio é a sua disciplina
ele canta matando o seu desejo
come mel rapadura leite e queijo
o cuscuz o angu e a coalhada
se lhe falta a manteiga ou carne assada
ele come a buchada de um carneiro
se um dia eu deixar de ser vaqueiro
vou chorar com saudade da boiada



9. Canção do lenço

Minha vida é um romance
De tristeza e de ilusão
Parece que o destino
Quis me fazer traição
A esperança é perdida
Quando conto minha vida
Dói em qualquer coração
Já amei já fui amado
Já vivi bem satisfeito
Já gozei a minha infância
Já tirei grande proveito
Desfrutei a mocidade
Nunca pensei que a saudade
Vinha morar no meu peito
Numa noite de Santo Antônio
Eu fui dançar no salão
Encontrei uma garota
De uma linda feição
E convidei pra dançar
E senti o amor brotar
Dentro do meu coração
Eu perguntei a garota
Se ela era comprometida
Ela aí me respondeu
Eu nunca amei nem fui querida
Conservei essa amizade
que vem trazendo saudade
Pro resto da minha vida
Após um ano e seis meses
Dessa amizade da gente
Mas o destino não quis
que o nosso amor fosse a frente
Veio a morte intrometida
Carregou minha querida
Que eu amava loucamente
Um dia me avisaram,
que a garota adoeceu
Fui urgente a casa dela
Saber o que aconteceu
Nessa hora de aflição
Tava com um lenço na mão
Pegou o lenço e me deu
Me disse desenganada
Pra mim não resta mais cura
Eu vou morar no outro mundo
Vou viver na sepultura
Se despediu de seus pais
Dando adeus pra nunca mais
Nessa hora de amargura
Comigo guardei o lenço
Que recebi das mãos dela
Roxo da cor da saudade,
bordado em letra amarela
Perdi toda esperança
Hoje só resta a lembrança
Do amor que eu tinha a ela.
As letras do nome dela
São um M um A e um D
Nunca mais tive alegria,
depois que ela morreu
Quando eu de mágoa chorava
O meu pranto enxugava
No lenço que ela me deu.

10. O Acordar do Sertanejo

(Vavá machado e Marcolino)

O sertanejo se acorda
antes de amanhecer o dia
Começa soltando aboios
com a voz branda e macia
Todo o gado sai berrando,
em destino a vacaria


O vaqueiro se levanta,
deixa seu rádio ligado
Seu patrão fica dormindo
o sonho mais desejado
Quando as emissoras abrem
não fica ninguém deitado


A filha do fazendeiro
combina com a empregada
Amanhã me acorde cedo,
pra escorrer a coalhada
Que os aboios destes vaqueiros,
me deixa emocionada


O fazendeiro se anima,
chama o vaqueiro atenção
Manda tratar dos cavalos,
todo dia dar ração
Manda avisar no programa,
pra reservar inscrição


O aboio do vaqueiro,
é um grito muito estridente
Que anima os fazendeiros,
com seus bonitos repentes
E é os guerreiros blindados,
que mata e morre e não sente


Quem não gostar de vaqueiro,
não é nordestino aprovado
É gente sem formação,
ou que nada tem estudado
Se esquece que seu sapato,
é feito do couro do gado


Peço desculpas amigos,
se a toada não prestou
É uma pequena homenagem,
dedicada ao criador
De Vavá e Marcolino,
e de Jota locutor


A toada terminou,
toda cheia de harmonia
José Arlindo e Vavá,
um trio de garantia
Chamados os bridões de ouro,
correios da alegria.




11. Sertão, poeta e vaqueiro
(Zé Francisco e Vavá Machado)


O vaqueiro e o cantador
o sinal desse promovo
Dois artistas sertanejos
abraçados pelo povo
Um pega as cordas do pinho,
 o outro pega o estrovo


São dois artistas do povo
conservando a tradição
O cantar do repentista
modulando uma canção
E um vaqueiro afamado
na pega de um barbatão


Gosto muito do sertão,
do cantar do violeiro
E do som de uma viola,
no meu sertão brasileiro
Dois artistas naturais
o cantador e o vaqueiro


Quando a gente sente o cheiro
da flor do manjericão
Escuto o som da viola
do cantador do sertão
E um vaqueiro aboiando
chega dói no coração

Chapéu de couro e gibão
e um cavalo selado
Um cantar do repentista
quanto está inspirado
O vaqueiro e o cantador,
dois artista apaixonado


Vaqueiro trata do gado,
dedica toda a amizade
O cantar do repentista
trata da sociedade
Vaqueiro sente paixão,
cantador sente saudade


E por curiosidade
gasta caneta e tinteiro
Para imortalizar
o artista brasileiro
Ofereço a meu Brasil,
sertão, poeta e vaqueiro



12.  A origem do meu sertão
(Galego aboiador)


Fui visitar o sertão
Que nasci e me criei
Achei muito diferente
Parei um pouco e pensei
Em vez de ter alegria
Vivi saudade e chorei
Chegando ali não achei
Nada que eu tinha deixado
Botei a culpa no tempo
Por ter sido encarregado
Em destruir as origens
Do sertão que eu fui criado
Fiquei impressionado
Com tanta transformação
Em uma mesa moderna
Vi uma televisão
No lugar do oratório
Que mãe fazia oração
Não vi mais o lampião
Que pai a noite acendia
A lata de querosene
Também estava vazia
Deram fim a lamparina
Por causa da energia
O pote de água fria
Trocaram por geladeira
Mas falta aquele gostinho
Da aguinha da biqueira
Geladas em potes de barro
Feito das mãos da louceiras
Não achei mais a chaleira
Que mãe fazia café
E nem o chifre de boi
Que pai botava rapé
Coisas que o jovem de hoje
Se ver não sabe o que é
Lá não vi mais o trupé
Dos burros nos tabuleiros
Nem os estalos dos reios
Pro os burros andar mais ligeiros
Resta somente a saudade
No coração do tropeiro
Lá não vi mais o vaqueiro
Aboiar no pé da serra
Correr atrás de boiados
Pra ver se amarra ou ferra
As passadas dos cavalos
Tremendo o corpo da terra
Meninos de minha terra
Não quer brinquedo de osso
Pião nem bola de meia
Baladeira no pescoço
Coisa que a gente tinha
Sem gastar nada do bolso
Da minha vaca de osso
Não achei nenhum retrato
E os meninos de hoje
Não quer brinquedos baratos
Compram um carro da estrela
E sapeca o outro no mato.


13. A Pegada da Juriti
( autor desconhecido)


Tião fez um convite
eu disse a ele
eu tenho que ir
na pegada Juriti
eu vou levar
meu gibão
Juriti, ela é treinada
e……XXXX
boi amarrada e a terra
tá bem molhada
e tava escorregando o chão
Diga pra  Bento Carreiro
Que eu não vou no tabuleiro
que o nome mais presepeiro
é da Juriti do sertão
Eu vou fazer serenata
pra toda morena ingrata
Diga pra josé da mata
Traga mané seu irmão
eu moro no descedor
e eu ja sei pra onde eu vou
Diga a Jorge de io iô
nele eu botei um cambão
Vou terminar a toada
desculpe meus camaradas
quem achou que está errada
diga com explicação.



14.  Eu fui para o céu
(Martinho da Chapada)


Eu fui convidado
para ir  lá no céu
chegando lá
encontrei São Miguel
Achei tão bonito
anotei no papel
Pra cortar sereno eu fui de chapéu
Cheguei la no céu
eu logo entrei
Vi o Santo rezando
eu me ajoelhei
mandarem eu rezar
eu disse: eu não sei
Com quatro palavras
de lá eu voltei
Só vai la no ceu
quem for convidado
cheguei no caminho
encontrei são geraldo
as almas no fogo
e nós todos queimados
São Joao me disse
que eu era o culpado
pra ir lá no céu
eu fui foi sozinho
quando vinha de lá
me perdi no caminho
Isso era um amor
que eu nunca esqueci
Mas se era um sonho
da cama eu caí
da cama eu caí
que o chão estrondou
ela tava dormindo
acordada assustou
Veio me perguntar
se eu fui para o céu
eu fui para o céu
mais nosso senhor
Ela veio me perguntar
mais quem eu fui para o ceu
boiada mansa
ohhhhh eu fui mais nosso senhor




15. Fazenda Boa sorte
(Seu Martinho)


Nós fomos pra Boa Sorte
Tem uma vaca de pano
quando nós chegamos lá
reuniu a vaqueirama
só viu Nego dizer
gente besta é quem se engana
A vaca eles não pega
nem que passe uma semana
mas não tava com medo
que dela nós tinha a fama
Quando boliram com o gado
escutei a chocalheira
mas nós estava distante
ajuntando a boi Carreira
só via o povo dizer
cuidado, a vaca é ligeira
Quando a vacona correu,
só viram a bagaceira
ficaram  de mão no queixo
quando viram a carreira
corrimos com ela curta
vexadinho na cabeceira
Corria Bira esse ano
com ela na atiradeira
Chegou Martinho e Nedinho
Foram encostando pra beira
Eu vi Luizinho gritar
Ehh vacona bonita
tu hoje vai pra Ipueira

16. Saudando a vaquejada

(Vavá Machado e Marcolino)


Vamos saudar os amigos
com um aboio saudoso
A quem corre vaquejada
um esporte perigoso
Festa de cabra macho
que se tornou de baixo
um festival tão famoso


Com esse grito estrondoso
e esta musa finória
Saúdo Misael de Barros
como saudosa memória
Manoel Correa dedica
e os Correas de Bilica de
Nossa Senhora da Glória

André Andrade em Vitória
nossa mensagem aceite
Vaquejada em Arapiraca,
seu Quarto de Milha ajeite.
Beba Pitu meu prezado
pra dar na cara do gado
Do Senhor Chico do Leite


O Senhor Chico do Leite
vaqueiro desde menino
Adora todas toadas
de Vavá e Marcolino
Mandou avisar a mim
que vai abraçar Surupim
A festa de Dom Galdino


Em Itabaiana Juscelino
também faz festa de gado
Em Sergipe em Poço Verde
quem faz festa é bem criado
Saúdo Nelito Loureiro
João Barbosa e Du Ribeiro
gente do braço pesado


Envio um aboio dobrado
ao povo maranhense
Zé Áureo e Zé Cabeludo
essa gente arcoverdense
Não esqueça de saudar
Paraíba e Ceará
e o povo piauiense

Ao nordestino que vence
seca que tosta o nariz
Não despreze meu nordeste,
não fuja ao sul do país
Lá tu serás dominado
e em meu sertão adorado
Será liberto e feliz



17. O grito do camponês
(Vavá Machado e Marcolino)

A chuva chove
molhando a face da terra
A neve subindo a serra
vai dar outra trovoada


Fazendeirama
alerta e vão a campanha
que quem luta sempre ganha
do campo uma melhorada

Seu doutor
aplique essa agronomia
ensine de noite a dia
a nossa sertanejada

A desmatar
os campos que estão ruins
plantar palma e capim
pra engordar a boiada


A chuva chove
molhando a face da terra
A neve subindo a serra
vai dar outra trovoada


Ô minha gente
vamos fazer plantação
que tendo alimentação,
inflação é naufragada

Esses poetas
pedindo ao pai divino
Ao sulista nordestino
no ritmo de vaquejada

Compreensão,
coragem e disposição
pra ver nossa nação
progresso em disparada


A chuva chove
molhando a face da terra
A neve subindo a serra
vai dar outra trovoada



18. Os fracos do bom vaqueiro
(Vavá Machado e Seu É)


Os fracos do bom vaqueiro
desta nossa região
É sempre honrar
velha jaqueta de couro
para ele é um tesouro
não vem de berço de ouro
mas se tornou tradição
não vem de berço de ouro
mas se tornou tradição



Os fracos do bom vaqueiro
desta nossa região
metas no búzio,
cavalo bem arreado,
cordas pra deixar laçado
peias que deixa algemado
as curas e o barbatão
peias que deixa algemado
as curas e o barbatão



Os fracos do bom vaqueiro
desta nossa região
Ainda lhe prende
um cachorro bom de gado
um repente improvisado
um aboio bem curvado
um sorriso e uma paixão
um aboio bem curvado
um sorriso e uma paixão



Os fracos do bom vaqueiro
desta nossa região
É um bom chocalho,
uma careta segura
são armas das criatura
que com perícia e bravura
deixam rendida o mourão
que com perícia e bravura
deixam rendida o mourão


Os fracos do bom vaqueiro,
desta nossa região
É uma morena,
corpinho meigo e faceiro
Olhar ameno e fagueiro,
desta que ama vaqueiro
chapéu de couro e gibão
desta que ama vaqueiro,
chapéu de couro e gibão


19. Cavalos de José Camelo
(Renato Aboiador)


José Camelo Pereira
Reside em Ibimirin
Gosta da vida de gado
não é vaqueiro ruim
homem do braço pesado
relembra a festa de gado
Vaqueiro bom é assim
os cavalos que corria
nao saem de sua memória
Telefone,   A Mala, Sombra  
e a égua Catapora
Telefone,  Calçadinha,
quem ja fui eu outro dia
e quem estou sendo agora
pendurei minhas esporas
botinas e cortadeiras
nas luvas nas minhas mãos
chapeu, gibao e perneira
fui vaqueiro de coragem
não respeitava as ramagens
nem gaia de catingueira



20. Vaqueiro, gado e mulher
(Louro Branco / Vavá Machado)


Vaqueiro, gado e mulher
é três jóias que o mundo tem.
Vaqueiro e gado eu adoro,
mulher prezo e quero bem
Não é Santíssima Trindade
mas é Trindade também.


Vaqueiro é um herói
no teatro da defesa
E o gado na pecuária
é a fonte da riqueza
E a mulher é a miss
das deusas da natureza.


O vaqueiro imita a foto
dos pastores de Belém
O gado a fotografia
dos seus rebanhos também
E a mulher o retrato
dos sonhos que o homem tem


Vaqueiro homem mais bravo
que a providência formou
O gado o melhor rebanho
de todos que Deus deixou
E mulher joia mais linda
que a natureza criou


Vaqueiro pastor gigante
das quebradas do sertão
O gado fortuna viva
na fazenda do patrão
E mulher rosa sublime
no jardim do coração


O vaqueiro é empresário
das funções do fazendeiro
o gado rebanho caro
do nordeste brasileiro
E mulher deusa encantada
no coração do vaqueiro.


Vaqueiro merece amor
cavalo, gado e corrida
Gado merece vaqueiro,
engordar, sombra e bebida
E mulher merece tudo
quanto é bom em sua vida


Se o mundo faltar vaqueiro
é meu desgosto profundo
Se um dia faltar gado
é meu desgosto segundo
E se faltar mulher nova
Deus pode acabar o mundo.


Vaqueiro vendo vaqueiro,
bebida cerveja fria
Se ver o gado demora
aboiando de alegria
E vendo mulher formosa,
empalha o resto do dia


Vaqueiro vai ao Mobral
estudar se não souber
Se for rude não aprende
nem outra coisa qualquer
Mas volta lendo 3 nomes:
Vaqueiro, gado e mulher.



21. Não sabe o que é sertão
(Vavá Machado / José Francisco)


Das festas do meu Nordeste,
que chama o povo atenção
São terço do mês de maio
e fogueira de São João
Pagode, samba e lapinha
E festa de apartação

Reza de bumba meu boi
mamulengo e congada
Boi de reis e pau de fita
tudo isso me agrada
Só não faz eu esquecer
das festas de vaquejada

Samba de roda e batuque
Coco de feira e pandeiro
Boi de cambão e ciranda
São folclore brasileiro
Mas a minha preferência
é vaquejada e vaqueiro

Circo teatro e cinema
Disso estou separado,
que são coisas pra cidade
Eu não sou acostumado,
prefiro viver no campo
onde tem festa de gado

O sertão é mais gostoso
as matas são tropicais
As estradas são abertas
por cascos dos animais
Porque são coisas da terra
se tornam bem naturais

Os campos são verdejantes
com a beleza da grama
A chuva molhando a terra
fazendo poça de lama
E de longe a gente sente
o cheiro da verde rama

Os fazendeiros se juntam
e se reúnem os vaqueiros
Para campear o gado
por entre mata e baceiros
Solfejando as toadas
através dos tabuleiros

Quem nunca viu vaquejada
nem festa de apartação
Não assistiu retirada
nem corrida de mourão
Quem nunca viu essas coisas
não sabe o que é sertão
Quem nunca viu essas coisas
não sabe o que é sertão




22. Traição do amor
(Vavá Machado e Marcolino)


Me trouxeste inspiração
com pequena grosseira
Te ofereci amizade
amor e tranquilidade
Vendo que a felicidade
entre nós não existia


Me trouxeste inspiração
com pequena grosseira
Me deixaste apaixonado
de coração machucado
Neste amor falsificado
que no passado vivia


Me trouxeste inspiração
com pequena grosseira
Com poesia sagrada
deixa a história contada
Em uma saudosa toada
pra te oferecer um dia


Me trouxeste inspiração
com pequena grosseira
Esqueça que eu já te amei
e os beijos que eu te dei
Que eu também esquecerei,
quando te amava e sofria




23. Eu, ela e a saudade
(Raimundo João / Vavá Machado)


Eu sou filho da saudade
me criei na tristeza
Vivo rebolando igual
as águas na correnteza
Por causa de uma malvada
eu sou a luz apagada
que outrora eu fui acesa

Eu só nasci pra sofrer
nesse mundo de ilusão
Parece que a tristeza
mora no meu coração
Do amor fui desprezado
e desde o tempo passado
só recebo ingratidão

Eu quis quem não me queria
foi a minha perdição
Ontem ela passou por mim
cantando uma canção
Dizendo tu és ingrato
me pedindo seu retrato
que ficou em minhas mãos

Eu respondi para ela
é bem pouco o teu valor
Me deixaste pelo um rico
ele aqui foi traidor
Não mereço essa amizade
quem ama com falsidade
perde o tempo e o amor

Se você não fosse ingrata
podia ser meu amor
Mas por você ser assim
já procurei outra flor
Nosso amor já veio ao fim
não procure mais a mim
deixe eu ser um sofredor

Se você quiser voltar
implorando o meu perdão
nunca mais és perdoada
pela sua ingratidão
Já é a terceira vez
quem faz o que você fez
não quer o meu coração

Não posso continuar mais
com você ao meu lado
Fica aí sendo querida
eu fico aqui desprezado
Fizeste uma grosseira
pensando que eu queria
o teu amor emprestado

Se quiser não quero mais
eu assino um L e um C
Seja feliz de verdade
só lhe diga assim porque
Eu já tenho outra querida
me perdoe por toda a vida
eu não mereço você

Faça este favor a mim
deixa eu viver em paz
embora ocultamente
eu não possa esquecer mais
Por causa de um amizade
Eu e ela e a saudade
somos 3 coisas iguais
Por causa de um amizade
Eu e ela e a saudade
somos 3 coisas iguais


24.  Homenagem Póstuma
(Vavá Machado e Marcolino)


Vamos cantar uma toada
com um forte sentimento
A história de dois primos
que entraram em julgamento
Quem tiver coração fraco
vai chorar neste momento
Quem tiver coração fraco
vai chorar neste momento


Lúcio Flávio e José Carlos
gostavam de nos ouvir
Era estudantes e vaqueiros
corriam sem discutir
Morreram acidentados
na Fazenda Andaraí
Morreram acidentados
na Fazenda Andaraí


Os seus pais inconsolados
lamentam a vida inteira
De perder seus filhos jovens
no começo da carreira
Que não há quem se conforme
com a morte traiçoeira
Que não há quem se conforme
com a morte traiçoeira


Jando Lúcio e Berenice
dois corações enlutados
José Lúcio e Quitéria
ainda desconsolados
Em achar seus filhos mortos
num caminhão machucados
Em achar seus filhos mortos
num caminhão machucados


Pedimos ao pai eterno
e ao anjo Gabriel
Pra José Carlos e Lúcio Flávio
Cristo cobri-los com véu
Foram vaqueiros na terra
sejam pastores no céu
Foram vaqueiros na terra
sejam pastores no céu


Na nossa prece pedimos
um claro da Santa Luz
Os corpos ficam na terra
e as almas  anjos conduz
Pra eles prestarem contas
no tribunal de Jesus
Pra eles prestarem contas
no tribunal de Jesus


25. Pega do Boi Caboré
(Vavá Machado e Marcolino)


Em Floresta do Navio
tem um boi véi mandingueiro
que eu batizei no Barreiro
por nome de Caboré
É um touro mais chacal
sem  pressolto de curral
Quando cai no matagal
faz do vaqueiro o que quer

No ano 81 fizemos reunião
mil vaqueiros e gibão
foram a festividade
O boi foi solto
na presença dos vaqueiros
Só deixou pra os fazendeiros
Reza, caipada e saudade

Neste ano 82
os vaqueiros vão preparados
Com seus cavalos tratados
traz Caboré ao mourão
Vai ter forró
na fazenda Urubu,
patrocínio de Pitú
de vitória de Santo Antão

Seu Quinca Pedro
os vaqueiros estão esperando
Raimundinho organizando
com o pessoal da floresta
Com os Cornélios
com Ferraz e  Novaes
Floresta do Navio faz
pra os vaqueiros a melhor festa

Vavá Machado
Arlindo Marcolino
a dupla que o nordestino
tem dentro do coração
Quem faz a planta
que canta e que desencanta
o soneto da garganta
do vaqueiro do sertão

Alô alô vaqueirama
nós vamos se encontrar
No dia de ir pegar
este touro famamão
Lá tem pagode
tem cachaça e tem mulher
E quem pegar Caboré
será o rei do gibão
E quem pegar Caboré
será o rei do gibão


26. O vaqueiro e o motorista
(Vavá Machado / Louro Branco)


Já escreveram poemas
de chofer trilhando a pista
De vaqueiro novo e bravo
ou velho curto da vista
Mas nunca fizeram dupla
de vaqueiro e motorista


Motoristas nas estradas
vaqueiros nos matos feios
Um se firma nos volantes
e o outro nos arreios
Um pára brecando as rédeas
o outro brecando os freios


Um dar sinal no aboio
o outro dar na buzina
Um entra para o curral
o outro para a oficina
Um volta cheirando a leite
e o outro a gasolina


Um vaqueiro de chinelos
e o chofer de sapatos
Um topa touros rebeldes
o outro homens ingratos
Um corre cortando os limpos
o outro cortando os matos


O carro é do motorista
o cavalo é do vaqueiro
Motorista ama filha
de bancário e engenheiro
E vaqueiro sempre sofre
por filha de fazendeiro


Motorista no hotel
vaqueiro no bebedouro
Um bota água no carro
o outro dar água ao touro
É um fardado de pano
outro fardado de couro


Um tem carro pra comércio
o outro gado de venda
Um gasta na oficina
o outro gasta na tenda
Um mora numa cidade
o outro uma fazenda


O vaqueiro e o chofer
entre caça e entre feira
Um fecha as portas do carro
o outro os paus da porteira
Um montado em carne e osso
o outro em ferro e madeira

Vaqueiro ganha bezerro
o chofer ganha moeda
Na hora que se encontram
um amodera o outro arreda
É um sujeito a virada
o outro sujeita a queda


Enquanto o mundo existir
Deus ajudando o primeiro
Não falta plano e coragem
cavalo, carro e dinheiro
Saúde, amigo e mulher
pra motorista e vaqueiro


27. A seca do sertão
(Autor desconhecido - A preferida de Goinha)


Quando a vaca dá cria
tem boa alimentação
Farelo, palma e capim
e caroço de algodão
Os seus filhos mamam leite,
que a espuma cai pelo chão.


Quando a seca em meu sertão,
deixa todo sofrimento
A vacada sai do cocho
e perde seu bom sustento
Os seus filhos nascem e morrem
por falta de alimento



28. Não Posso mais ser vaqueiro
(Vavá machado/ José Vicente da Paraíba)


No tempo que eu era moço
montava cavalo e osso
da sela até o pescoço
era uma coisa só
Derrubava atravessado
laçava de qualquer lado
dava queda em boi raçado
que as pernas dava um nó

Só gostava de carreira
onde quebrava madeira
no mourão a capoeira
era moleza demais
Hoje tudo diferente
cansado velho e doente
onde tem um boi valente
nem com reza
eu pego mais

fui ligeiro igual um gato
e nunca quebrei um trato
sendo pra correr no mato
eu era o mais animado
hoje triste aonde habito
vendo os couros no cambito
não pego mais um cabrito
só se estiver amarrado

vendo meu gibão mofado
em um gancho pendurado
a sela pra outro lado
guarda peito e cortadeira
a corda chincha eu nem falo
O chocalho sem badalo
meu "retratim" do cavalo
na minha última carreira

Em qualquer luta com gado
eu sempre fui afamado
um tirador consagrado
de leite da região
hoje só tenho a vontade
os nervos pela metade
com o peso da idade
o caneco cai da mão

se uma rês adoecia
até purgante eu fazia
que de longe conhecia
se era veneno ou rama
hoje nada disso eu faço
as vistas curtas, com cansaço
sentido a dor do espinhaço
sem poder sair da cama

me despeço dos vaqueiros
colegas e companheiros
fazendeiros, boiadeiros
de ninguém ganhei troféu
choro igualmente a criança
morreu a minha esperança
mas conservo na lembrança
luvas perneiras e chapeu

adeus bonitas campinas
chapadas serras colinas
bebedouros e salinas
mourão currais tabuleiros
estou sendo positivo
estou vivo mas não vivo
a velhice é o motivo
não posso mais ser vaqueiro


29. Ouro Fino
(Ailton Aboiador)

Ouro fino é um cavalo
que sabe pisar no chão
la no sitio Taquari
ele é de tradição
de raça desenvolvida
seu dono é Agostinho Babão
Nas festas de vaquejada
ou mesmo em corrida de prado
Ouro Fino é eisistente
é quem aguenta com o gado
sem o seu dono ele fica
relinchando no cercado
Em Coração de Maria
nas terras em que nasceu
no pasto ele foi criado
e de repente cresceu
Ouro Fino hoje está pronto
dá prazer ao dono seu
Ouro Fino é bom de sela
é quem aguenta a pisada
seu dono Agostinho Babão
monta e grita a boiada
dá pontapé e toma cana
nos dias de vaquejada
cavalo igual a Ouro Fino
é bonito e a gente zela
se tem festa de vaqueiros
carrega mulher na sela
E Agostinho fica contente
beijando na boca dela
como me disse Agostinho
la do sítio taquarí
na frente do meu cavalo
boi só corre pra cair
forro aboio e toada
é o que me faz diverti
eu adoro uma fazenda
e ver o gado engordando
um cavalo bom de gado
e um vaqueiro puxando
mas uma casa só preta
se tiver mulher morando
vou terminar a toada
que fiz com satisfação
la do sìtio taquarí
de Augustinho Babão
dedico a todos vaqueiros
que moram no meu sertão



30. Irmãos Nordestinos
(Buy e Deraldo)


Meus irmãos nordestinos
vou saudar neste momento
sai do Nordeste a São Paulo
à procura de alimento
vai para Terra Paulistana
vencer no corte da cana
é o maior sofrimento
entre sol chuva e vento
passa o dia trabalhando
levanta de madrugada
com a geada matando
deixa a cama e o travesseiro
para ir ganhar o dinheiro
que os filhos estão esperando
 a mulher telefonando
amor estou com saudade
se não tem a grana toda
por favor mande a metade
Mande logo que eu preciso
aqui economizo
e mato a necessidade
chega na grande cidade
na estação do metrô
encontra um radialista
pede para mandar um alô
vim aqui ganhar dinheiro
vim do Nordeste solteiro
e aqui jaz o vovô
trabalho de camelô
em tudo que eu achar
tenho saudades do Nordeste
para casa Quero voltar
ganhei grana neste instante
encontrei um assaltante
e acabou de me levar
levo a vida a sonhar
com meu velho Pé de Serra
a que o Galo não canta
Nem tampouco o gado berra
não tem grito de peru
vou escrever para o Gugu
de volta para minha terra
em São Paulo só tem guerra
assalto morte geada
não tem missa de vaqueiro
nem festa de vaquejada
nem leilão de Ladainha
cantoria e argolinha
nem festa de cavalgada
esta saudade malvada
machuca meu coração
eu quero voltar a pé
de  carro ou avião
aqui não quero ficar
não vejo a hora de estar
de volta para o meu sertão


31.Lampião, rei do cangaço!
(Ivanildo Vila Nova e Geraldo Amancio)

Foi manso como um cordeiro
Teve o pai assassinado
Se sentido injustiçado
Se torna, então, justiceiro
O reilho de comboieiro
Troca pelo mosquetão
Esquece burro e surrão
Frete, tropa, corda e laço
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

Conduzia o cangaceiro
Além de rifle e punhal
Carne seca no bornal
Farinha e sal pra tempero
Fumo e remédio caseiro
E patuá de proteção
Dez quilos de munição
Forravam seu espinhaço
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

Antes de ser cangaceiro
Vivia da paz da choça
Foi trabalhador da roça
Tangeu burro, foi tropeiro,
Foi poeta e sanfoneiro
Tocou fole e violão
Fez martelo e fez quadrão
Do mesmo jeito que eu faço
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

Não podia existir paz
No país dos cangaceiros
‘Homena’ contra ‘Calheiros’
Os ‘Ferraz’contra os ‘Novaes’
Os ‘Cabral’ contra os ‘Moraes’
Morte, vingança e questão
Montes, Feitosa e Mourão,
De todos herdou o traço
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

Andava bem equipado
Por vereda e por floresta
Chapéu quebrado na testa
Botas de couro de gado
Bornal de balas de lado
Rifle e cruzeta na mão
Três palmos de dimensão
Tinha seu punhal de aço
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

Quando um patrão desonrava
E à moça pobre ofendia
Quando lampião sabia
As providências tomava
Sendo solteiro casava
Casado ia pra o caixão,
Serviu de exemplo e lição
Pra fazendeiro devasso
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

Foi herói, bandido e louco,
Foi um mestre sem estudo
Um gênio acima de tudo
Que teve o mal como troco
Se envultava em pé de touco
Na força da oração
Enfrentava um batalhão
Sem levar nenhum balaço
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

Um primitivo ‘sandino’
Um estrategista bruto
Um Fidel Castro matuto
Um Roximbi nordestino
Adulto virou menino
Quando teve uma paixão
Aí o seu coração
Muda o ritmo e o compasso
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

Desconfiado e valente
Lampião temia mais
Uma só sombra por trás
Do que cem homens na frente
Obedecia somente
Ao Padre Cícero Romão
O resto era no facão
Na lazarina e no braço
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

No bando de Virgulino
Nomes que a gente destaca
Zé Sereno, Jararaca
Ezequiel e Livino
Volta Seca e Ponto Fino
Pilão Deitado e Balão
O sangue ensopando o chão
E balas cruzando o espaço
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

Tendo Angicos como coito
A sua tropa reúne
Se sente da morte imune
E ali fica mais afoito
Em julho de trinta e oito
Tombou sem vida no chão
Na corda da traição
Findou caindo no laço
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.

Maria, amante e consorte,
Nordestina destemida
Foi companheira na vida
Na desventura e na morte
Sente um choque muito forte
Ao vê-lo morto no chão
Cai sobre o seu coração
Dando o derradeiro abraço
Lampião, rei do cangaço
Foi assombro do sertão.



32. Novilha cigana
(Edson e Dezinho)

Eu sou cigana ligeira

nasci para ser Corredeira
já sei entrar na madeira
e é besteira pelejar
mas Ariosto é o meu dono
e só quer me ver no abandono
não posso dormir um sono
e a minha vida é sonhar
só sonho com os Vaqueiros
com seus cavalos ligeiros
debaixo do Umbuzeiro
aonde vou lhe esperar
Aristide veio da Bahia
dizendo que  não sabia
eu sou a mesma novilha
cigana aquele lugar
lá na Lagoa de Dentro
começou o meu sofrimento
estou vivendo e não aguento
tanto o ônibus a buzinar
lá  na Fazenda São Pedro
estou me acordando cedo
ainda andando sem medo
sem ninguém me rastejar
diga Neto de Silvinho
eu ando dentro de Espinhos
estou vivendo sem padrinhos
sem ninguém apadrinhar
Eu não corro em Mato fino
não sei qual é o meu destino
é pedir a Severino
Não deixe de maltratar
diga a Paixa Cachimbeiro
traga o cavalo ligeiro
que Eu não corro em Tabuleiro
para ninguém não me pegar
eu não vou mais Malhada
com medo de ser pegada
não vejo mais Bem Criada
não sei aonde  ela está
vou pedir ao meu patrão
não me deixe de mão em mão
não me leve para o Mourão
e não me deixe judiar
vou  terminar a Toada
que cor de vinho foi nada
da Rainha das Vaquejadas
cigana aqui do lugar


33.A preferência do vaqueiro


Leo e Zito


Sou vaqueiro e corro gado
meu cavalo é um estouro
para isso eu tenho uma sela
luva e  chapéu de couro
e o boi que eu pego na calda
só  puxa por desaforo
prefiro Terno de couro
para eu viver em corado
e um cavalo bom de Sela
para mim andar montado
e uma mulher bonita
para viver ao meu lado
prefiro ver um Cercado
com Estacas de madeira
e um Curral todo forrado
para não levantar poeira
e o Mourão firme no meio
e muita ração na cocheira
prefiro a vaca leiteira
Sadia gorda e gelada
e os peitos com leite solto
10 litros cada tirada
que a gente desleita ela
e não fica de mão cansada
Prefiro andar na estrada
da casa que meu bem mora
ter um cavalo baixeiro
desses que não venta a espora
só quero beijar na face
de alguém que me adora
Prefiro ver toda hora
a vaca Rosa Amarela
lá no canto do Curral
bem encostado a cancela
cheirando os paus da Porteira
e lambendo o bezerro dela
prefiro ver na janela
a mulher  como uma aldema
com seu sorriso elegante
servindo de oferenda
compartilhando a metade
da beleza da Fazenda
vaqueiro de encomenda
prefere muitas vantagens
muita palma para o gado
muita água nas barragens
e um carro novo do ano
para fazer suas viagens
Além de muitas vantagens
prefere por derradeiro
uma casa mobiliada
 mulher saúde e dinheiro
são essas as preferências
do homem que é Bom Vaqueiro

34. Cavalo Campeão e a vaca Chuvinha

Alon Zoa e Ari


Nesta bonita toada
amigo presta atenção
vou falar de dois Vaqueiros
o cavalo e do patrão
de neto do mamoeiro
de nenenzinho tempero
e um cavalo boeiro
por nome de campeão
o cavalo campeão
de repente adoeceu
uma doença esquisita
no cavalo apareceu
Ele entortou o pescoço
coisa de fazer assombroso
sem poder fazer esforço
esse cavalo sofreu
Neto com  o cavalo seu
Teve muita paciencia
chamou o veterinário
que tem muita inteligência
ele com o pescoço torto
era  o maior desconforto
Alguém já dava por morto
sem descobrir a doença
Neto teve paciência
trator dele com cuidado
tentando salvar a vida dele
ao seu cavalo afamado
Hoje Neto comemora
e a doença foi embora
e campeão tá agora
forte e sadio e sarado
e voltou a correr gado
esse cavalo Campeiro
ano 2014, 29 de Janeiro
justamente nesta data
no torneio de Zé da Mata
Campeão na hora exata
pegou o Chuveirinho ligeiro
foi Nenenzinho e Tempero
Juta de Tote e Bacana
Ninguém pegava chuveirinho
essa vaca Sergipana
mas essa dupla completa
 atingiu a sua meta
tirando a fama da neta
da chuvisco Alagoana
Essa dupla Sergipana
deu conta do seu recado
José do mato e André
foram os vigias do Gado
junto com Frutuoso
vigiaram sem nervoso
Viram homens corajosos
tirando fama de gado
outros Vaqueiros afamados
correram neste torneio
Ze Toucinho e Alejado
nesse dia também veio
e 12 rezes prenderam
e todas as doze correram
das 12, 11 perderam
só chuvinha foi para o reio
o torcedor que veio
a fim de apostar dinheiro
a maioria era a vaca
e a minoria, os Vaqueiros
mas na aposta de vocês
não deu gado desta vez
os que apostaram na res
essa parada perdeu
povoado do mamoeiro
caioaba é a região
Pedro  o Pai, Júnior e Neto
Júnior e Neto são dois irmãos
Espelhos de Neto tem
Tom e Kaká também
e ao lado de seu pai vem
para manter a tradição
o cavalo campeão
está parabenizado
hoje o seu presente apaga
a cicatriz do passado
já deu a volta por cima
do gado ele se aproxima e
o Sergipano se anima
vendo campeão pegar gado


35. Pé de Umbuzeiro
Kara Véia

Lá no pé daquela serra
Tem um pé de umbuzeiro
É onde todas as manhãs
O sábia verdadeiro canta as sua melodias
Traduzindo alegrias pra os coração dos vaqueiros
Este pé de umbuzeiro traz lembranças do passado
Era onde o boiadeiro depois que vinha cansado
Naquela árvore sombria descansava sobre a fria
Refugiando o seu gado
Hoje vive abandonado na beira daquela estrada
Não se esculta o boiadeiro mais cantando uma toada
Esta mesma sombra fria onde era todo dia
Refúgio de uma boiada
Hoje serve de morada pra os enxuins do sertão
E as folhas que eram verdes
Murcharam e caíram ao chão
Lá na ponta de um galhinho
serve de escora de um ninho
moradas de um gavião
Não foi secas do sertão que matou o umbuzeiro
Foi a falta da boiada e da voz do cansioneiro
Que lhe tornou despresado sem o múgido do gado
E o ressonar do vaqueiro
Depois que o caminhoneiro começou fazendo transporte
Pelas estradas de pedras no Brasil de Sul ao Norte
Acabou-se o boiadeiro, sendo assim pra o umbuzeiro
Lhe restou somente a morte
Como foi tão triste a sorte do héroi daquela terra
Que nasceu, viveu e cresceu sem poluição nem guerra

Mas a ciência ligeiro trouxe a morte ao umbuzeiro
Sombrio lá do pé da serra

Mas a ciência ligeiro trouxe a morte ao umbuzeiro
Sombrio lá do pé da serra



36. Cavalo Faixa Branca
Vavá Machado e Marcolino

O cavalo Faixa Branca

 foi campeão do Sertão

o seu dono Salomão paz 

No tempo que era rapaz

foi terror para os animais

Quando vestir a Gibão

o tempo transforma tudo

Que existe em cima do chão

o Gado Bravo se acabou

A vaquejada começou

Salomão, pai se tornou

Um líder da região

percorreu todo o Nordeste 

Faixa Branca o famanão

Campolina era sua raça 

E com conselho de Papa Caça,

Rei do troféu e da taça

das corridas de morão

Mas a morte é Traiçoeira 

e cheia de ingratidão

Ingrata e Traiçoeira

que não respeita respeita vivente

Dá cada desgosto a gente

com cruel separação 

No dia da sua morte

ainda correu Mourão

quando o boi bravo partia

Ele da sangra saía

como quem  se despedia

Do Gado e do seu patrão



37. Da farda para o gibão

Vavá Machado e Marcolino


Chama a atenção dos Vaqueiros 

dando o seu valor sagrado

Lançando o verso em artifício 

do meu crânio retirado

Quem quiser censure a mim

mas meu destino é assim:

de viver chamando gado 

O meu viver se transforma

como viver de palhaço

Pedras de esmeril 

que enfrenta todo o aço

Enquanto uns acham ruim

 outros procuram a mim

 me encontram, me dão abraço

O vaqueiro no nordeste

 tem o valor de um tesouro 

Por isso eu amo perneira

Gibão chapéu de couro

Para ter o prazer de aboiar

deixei cargos militar

Para correr atrás de touro

Na hora da despedida

 da Farda para o gibão

O Coronel Comandante

 reuniu o batalhão

Na posição de sentido

ouvi da corneta o gemido

gritando libertação

Jurei a nossa bandeira,

 o orgulho dos brasileiros, 

Sendo especialista

graduado em corneteiro

E estou feliz no sertão

em vaquejada, exposição 

Dando prazer ao Vaqueiro

É este meu sofrimento,

meu prazer, minha alegria

Aboiar, cantar toada, 

tomando cerveja fria 

É esta a minha história

Quem foi Vavá em outrora

Quem tá sendo hoje em dia




















5 comentários:

  1. Excelente trabalho Gilmara! Parabéns pelo registro da nossa Cultura e pela estrutura do trabalho. Aqui, os estudantes terão uma grande fonte de estudos.

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  2. Parabéns pela coletânea, preserva essa cultura tão importante para o nordeste.

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  3. Tem em áudio A número 15 toada da fazenda boa sorte? Obrigado

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  4. Amo tuadas, sou muito fã. Cara veia, vavá Machado e Marcolino

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