quinta-feira, 14 de setembro de 2017

                                            João Leleco e o Cavalo lampião
  um cavalo russo muito lindo viva leve e solto pelo lindo campo cheio de gramado ele era muito forte e o mais bravo todos desejavam pega esse cavalo russo .
As pessoa contava uma lenda na quele povoado do sertão, contava-se a lenda que a noite o cavalo brilhava no escuro iluminado o capo a noite todos tinha medo desse cavalo.
Um belo dia fazendeiro ao sabe dessa historia lançou um desafio para seus vaqueiros, quem pegasse o cavalo Lampião e ganha uma recompensa.
os vaqueiros que não eram besta foi logo se preparando para tenta pega aquele dinheirão  . Eles foram logo colocando sua roupas  gibão, jaleco e suas perneiras. E fizeram cabanas com couro, no capo onde dizia que o cavalo fica na quela redondeza eles ficaram la esperando o cavalo e atento com sua olhos e ouvido bem atentos.
 Eles esperaram esperam esperam...... ate fica cansados e dormiram e acabaram achando que era mentira . Mas um vaqueiro conhecido como seu nome João Leleco ele não era besta ele fico la ate um tempão quando ele estava para desiste ele ouviu algum coisa ele falou: - Nossa que barulho e esse!!
ai ele viu que era sobra de uma coisa brilhante, era o cavalo Lampião, ai logo que ele percebeu que era o cavalo saiu correndo com seu cabresto na mão e com um sorriso no rosto chegando perto de pega ele pensou e paro, o cavalo paro na sua frente ele fico admirado a beleza da quele lindo cavalo russo e pensando não vou pega ele porque aquele fazendeiro vai pega ele vai vende por muito dinheiro e ele não vai te a mesma liberdade dele corre solto pelo basto com esse brilho que só ele tem.
 Ele deixou o cavalo ir viu cavalo corre livre solto correndo pelo capo, ele conto a historia para povoado alguns acharam que era mentira outros acharam que era verdade e assim surgiu historia do João Leleco  e o cavalo Lampião.




                                                                                                                             POR:Elisângela silva
TOADA : CAVALO LAMPIÃO 
       FANFIC

sexta-feira, 8 de setembro de 2017



FANFIC DA TOADA CAVALO BURITI


O CORAÇÃO DOMADO
Por Maria Edlane

Era um dia ensolarado quando Juca foi chamado para um competição, levou o cavalo mais arisco que havia na fazenda para correr nesta vaquejada. Chegando lá, foi logo se preparando, vestiu as perneiras, colocou o chapéu de couro e amarrou o cavalo no mourão, preparando seu cavalo, começou a conversar com ele.
A hora chegou, o sol ficou mais intenso, o público animado e a ansiedade tomou conta de Juca. Foi dada a largada e Buscapé assustado derrubou seu dono es e soltou do jiquí, saiu em disparada, levando tudo pela frente, mas Juca foi chegando de mansinho, tentando acalmar o cavalo, Buscapé deu uma empinada e seu dono começou a conversar com ele, aproximou-se e alisou a crina. Buscapé sentiu-se amado como nunca antes e foi se acalmando-se.
Os dois voltaram-se para a corrida e o que ninguém imaginava aconteceu. Juca surpreendeu a todos, ganhou em primeiro lugar e conseguiu mostrar que dentro de um cavalo arisco e difícil de conquistar, existe um coração que com dedicação e cuidado, fica fácil de adomar.


FANFIC DA TOADA BOI CIGANO

DETERMINAÇÃO EM DOSE DUPLA
Por Maíra e Cecília

Era uma tarde ensolarada no sertão pernambucano, um duelo começava naquele dia entre duas amigas e um boi que nenhum homem jamais conseguiu pegar. No meio da caatinga, o sol brilhava na pele daquelas duas vaqueiras e elas tinham o desafio de derrubar o boi mais valente do sertão, mas o maior desafio era provar para os outros que elas podiam conseguir.
Vestidas em seus couros, de gibão e perneiras, montaram nos seus cavalos e saíram pela caatinga atrás do que diziam ser o boi mais valente do sertão. Logo avistaram o vulto em cima da chapada. Naquele momento elas sabiam que apenas uma poderia pegá-lo e logo saíram cortando vento pelo mato. O boi, ligeiro como um gato, saiu  correndo para cima do chapadão. Logo uma delas encurralou o boi em um pé de aroeira e enlaçou o touro  bravo.

Naquele momento ficou provado  que uma mulher podia fazer uma coisa que jamais nenhum homem conseguiu fazer.

FANFIC DA TOADA  A SAGA DO  VAQUEIRO

UM REENCONTRO COM O PASSADO
Por  Anita Matos


Quando observamos o sol pensamos em tudo de mais bonito ou nem sempre… A moça que foi deixada o observava, lembrava de tudo o que tinha passado, de cada momento com seu amor. E se perguntava por que todo aquele sofrimento, por que aquele câncer tinha que estar impregnado nela. Pensava também no filho, no seu Pequeno, como costumava chamá-lo. Vivia com medo de, como o sol, ir desaparecendo até sumir de vez no horizonte.
A única coisa que ela queria era ver seu pequeno bem, a felicidade de seu filhinho era tudo que importava. Por medo de algo acontecer e seu pequeno ficar só, ela estava decidida a ir  em busca de seu companheiro. Quando ia para casa, observava mais detalhadamente um cartaz, já havia visto antes, mas não ligara muito. De repente, viu a foto e reconheceu seu grande amor, seu coração bateu forte, os olhos brilharam, o sorriso tomou conta de seu rosto e as lembranças do filho perguntando pelo pai vieram à tona.

Já esperava ansiosamente para conversar com seu vaqueiro. O tão esperado dia havia chegado, a grande chance de reencontrá-lo, o frio na barriga tomava conta de todo seu ser. Lá estava ela na multidão tentando falar com ele. E por um minuto aconteceu uma troca de olhar entre os dois, os sorrisos de canto aparecem. E com o coração cheio de esperança, eles sabiam que ia ficar tudo bem.

FANFIC DA TOADA  A SAGA DO VAQUEIRO

AMOR DO VAQUEIRO
Por Elisângela Santos

O vaqueiro apaixonado pela mulher saiu desesperado, chorando, correndo, sem saber o que fazer. O pai  da moça estava contente porque havia mandado a filha para longe daquele vaqueiro. O fazendeiro com risadas irônicas e muito feliz, a filha triste com lágrimas nos olhos, escondendo a gravidez da família e chorando com saudades de seu amado vaqueiro.
Passaram-se 19 anos, o vaqueiro ainda lembrava daquela doce mulher. Ele era vaqueiro e amava sua profissão, andava sempre de jaleco e gibão, nas vaquejadas era sempre aplaudido, botava boi na faixa, era sempre o vencedor.

Certo dia foi convidado para uma vaquejada, começou a pegar no rabo do boi, mas parou admirado com um menino jovem e talentoso. Dessa vez o vaqueiro não ganhou, mas triste ele não ficou, pois  viu uma coisa especial naquele menino  e viu a morena linda que lhe deixou paralisado. O coração acelerou, a mão suava. Quando ela virou, os dois corações se fundiram em um só. Eles se abraçaram e ela falou: esse é o nosso filho. Ele abraçou seu filho com os olhos cheios de alegria.

FANFIC DA TOADA MULHER INGRATA E FINGIDA

A MULHER QUE FEZ O VAQUEIRO SOFRER
Por Maria Beatriz


Certo dia um vaqueiro se apaixonou por uma mulher ingrata e fingida. Gostava muito dela, tanto que pensava até em constituir uma família juntos, mas ela era uma mulher que não gostava dessa vida de gado, com o passar do tempo, ela foi se cansando dele pouco a pouco e quando ela o deixou de vez, o vaqueiro já estava muito apaixonado, demais mesmo. Então começou a beber cada vez mais, quando perguntavam porque bebia tanto, ele erguia a cabeça e dizia que não era por vaidade, mas para espairecer uma mágoa e esquecer quem lhe fez falsidade. O tempo passava e ele só lembrava que já tinha sido um vaqueiro afamado, hoje não passava de um vaqueiro apaixonado. De tanto amor, acabou morrendo. E a mulher ingrata e fingida percebeu que havia feito uma coisa muito ruim com o vaqueiro, então ela agora que passou a sofrer.
FANFIC DA TOADA MULHER LINDA


UM SONHO DE UM VAQUEIRO
Por Naylma Vieira

Em uma fazenda distante, descansando debaixo de um oitão, um menino cansado, deitado na esteira, cantando uma bela toada...
No treino da vaquejada, suando de pingar, o bate esteira, cansado, bem de longe avistou uma linda mulher,  bela igual aquela nunca havia visto. Logo ele se apaixonou. Vestida em um gibão, montada em um dos mais belos cavalos da festa, fazia inscrição para correr. Agora mais perto, ela vem chegando com todo seu charme e com um cheiro de flor, apeou do cavalo e deu-lhe um abraço. Em uma conversa de pé de mourão, ele decidiu desafiá-la a derrubar um boi. Sorridente ela dizia: Bate esteira não é de nada, quero ver mesmo é pegar o bicho. Durante o aquecimento ela matuta como vai conseguir a  façanha, depois de ajeita na sela e valeu boi mais uma vez. Sorriendente ela olha dentro dos olhos do peão e grita “valeu boi”.
Dois pingos de uma secreção pegajosa com gosto amargo. O menino acordou com um susto danado;  em sua cara, baba de boi. Tangeu o animal para longe, olhou ao seu redor e tudo era paradeiro, ficou pensando onde estaria aquela mulher linda de se apaixonar… Então pensou alto: Sendo sonho ou realidade, vou voltar a cidade para um amor encontrar.

FANFIC DA TOADA CAVALO BURITI

A ÉGUA OCTIVIA
Por: Débora Camilly



Era uma vez a história de uma égua chamada Octívia. Era valente e brava,mas nunca passara do mourão. Sentia-se triste por isso e sempre que via os cavalos passando para irem à vaquejada ou tangendo o gado com o seu vaqueiro, o coração de Octivia disparava na vontade um dia ser respeitada e um dia também ser levada para correr em competição.
Um dia o senhor Martim percebeu a tristeza em seu olhar e como prêmio prometeu um dia realizar  o grande sonho da égua. Octívia ficou tão feliz que começou a relinchar  e a balançar a crina ao sabor do vento.
O vaqueiro  cumpriu  sua promessa, a partir deste dia, ao em vez de levar seu cavalo como era de costume, começou a levar Octívia. E sempre juntos, começaram a tanger o gado do patrão. A bela égua sempre que saía sentia uma alegria e um calor no coração.
Então, em um dia ensolarado, Octívia se sentiu pronta para correr na vaquejada. E venceu. Desde então, Octivia virou campeã de argolinha e vaquejada e com seu Martim todo dia tangia o gado.




quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Meu amigo companheiro

Sentado numa cedeira de balanço, na sombra do meu oitão, lembro como se fosse ontem, do meu querido companheiro, meu gibão velho remendado, que de tanto eu correr na madeira se rasgou, era ele uma fonte de lembranças dos meus queridos avós, que no dia de meu aniversário, com muito amor meu avô me presenteou e as seguintes palavras ele em meu ouvido falou ''Cuide bem de seu novo companheiro, já me vestiu e hoje vestirá você''.
   Um certo dia correndo uma vaquejada, conheci um bate-esteira, que me pediu emprestado meu querido gibão, como não conseguir recusar, entreguei nas suas mãos, fiquei em pano. A vaquejada acabou e no meio da multidão, não achei o vaqueiro que me pediu o gibão, ele sumiu partindo meu coração. Após isso eu não quis mais correr, ganhei muitos de presente, mais nada adiantou, desisti de correr vaquejada, correr na madeira atrás do gado, doei minha sela e meus arreios, e sempre fico no desespero ao lembrar do meu velho companheiro.
       
                                                                          Por Daniele Thais, 06 de setembro de 2017.

sábado, 2 de setembro de 2017

Fanfics de toadas

 Fanfics da toada Boi Cigano


O boi preto na mata branca

Por  Mateus AntonY

Há muito vivia por ali. Saberia, de cor, mapear as miudezas daquelas matas. O sol fervente lhe escaldava os miolos, queimando até os pensamentos. Era impossível matutar sob a acidez e crueza da grande estrela amarela. Seus cascos gemiam de tanto vagar por aqueles cantos, seus chifres derretiam. A mata branca era indistinta — parecia que só tinha início. Andasse, andasse e andasse — nunca se acharia o meio, tampouco fim. O boi preto, valente até no nome — Sombra Arrinada —, perdia-se pelos labirintos da mata tanto quanto os de seus pensamentos. Parecia uma sombra sólida e musculosa, dura como pedra.  
Não muito longe de onde o boi dava corda às suas matutações, descansava um homem. Mas não apenas um homem, um vaqueiro. Com café à mão, debaixo da sombra de sua casa, esparramado com um compadre sob o aconchego do oitão, morno e preguiçoso dos dedos à cabeça, cá estava o vaqueiro. Foi então que, com voz de desafio, seu compadre atiçou-o. E era desafiação arriscada por mais que demais: embrenhar-se na caatinga para capturar o Sombra — boi cigano que cabra nenhum nunca teve a feitura de capturar.  Mas, seu nome era Goinha, vaqueiro afamado, e não havia bicho arisco que escapasse do seu laço.

Trajado em seus couros, inspirado em seu sorriso maroto e gritando junto à terra, disparou em seu cavalo baio mata adentro para capturar a fera. O boi, por sua vez, não viu de onde Goinha veio. Os cascos do cavalo trovejaram os chãos e o laço chiou no corte do ar. No segundo seguinte, o boi preto estava enlaçado, rendido nas funduras da caatinga, rendido pelas mãos do homem. Mas não apenas um homem, e sim, um vaqueiro. Mais uma vez, Goinha havia feito o impossível, porque nenhum bicho arisco era páreo para aquele boiadeiro. 


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O legado do velho vaqueiro

POR Mateus Antony


Apertando os olhos em direção ao sol já alto no céu, lambeu os beiços, umedecendo-os. Decorara aquele caminho desde a infância, repetindo-o várias vezes durante sua mocidade e idade adulta. Pisara diversas vezes, com os pés enlameados, no leito rachado e seco do açude a alguns quilômetros dali. Cavalgou, jovem e cheio das energias, pela mata velha e cansada de tão branca da caatinga, à procura dos bois embrenhados nas roças fechadas.
O cavalo tropeça numa pedra, acordando-o de seus devaneios. Alcançando o cantil no interior do gibão, molhou a goela, fazendo chover no interior do seu corpo, já que não havia presságio nenhum de chuva no céu preguiçoso do sertão — há muito tempo que a água não fazia carícias naquelas terras. Guardando o cantil, sentiu o couro do gibão, alisando as lembranças no tecido cosido e gasto. Ali, sobre o cavalo, sentindo o sol queimar a face e atentando-se aos sons do sertão, reconhecia-se em casa.
Há alguns anos havia seguido seu filho mais novo, doutor advogado, à cidade grande, devido o apego de sua mulher ao menino. Agora, alguns meses após o falecimento dela, em seu regresso ao interior, moraria com seu filho mais velho. Fazia um tempão danado que não via seus netos. Imaginava que o mais velho deles estaria à sua idade quando montou num cavalo para derrubar um boi numa vaquejada para valer pela primeira vez. Sorriu à luz deste pensamento, imensamente orgulhoso já de antemão.
Sem aviso, invadiram as lembranças de sua distante juventude. Surpreendido pela inesperada visita dos seus sorrisos moços, rendeu-se à nostalgia. Era época em que seu amor era único das cachacinhas a pé de tarde, das vaquejadas e das morenas que se faziam presente às cachacinhas e às vaquejadas. No suspiro da riqueza de sua mocidade, reconheceu-se feliz, como há tanto tempo não se sentia. Fora sua esposa a morena a enlaçar seu coração. E, agora que se fora, este embrenhou-se na caatinga igual boi na madeira, descarrilhado dentro do mato. Sua mulher fora, por muitas estações, o único mote de suas toadas, as únicas rimas de seus versos. Dedicara-lhe todas as toadas que nasceram na boca de seu coração. Com seus trejeitos ligeiros e sorrisos mansos, conquistou-lhe, jovem e vaqueiro, todo apaixonado, só para si. Agora, desconhecia poesia em sua cantoria. Perdera-a junto com sua amada.
Filha de fazendeiro, construíram o amor na hora da noite em que o mundo faz silêncio para dar espaço aos amantes. Às escondidas, ensaiaram fuga e soltaram seus sonhos como uma criança solta pipa. Os camaradas que à época apoiaram e ajudaram em sua fuga, agora, haviam morrido. Era ele o único a carregar nas costas e no couro do gibão — antes dele de seu pai, e antes do seu pai de seu avô — o legado dos vaqueiros. Foi com a tristeza e solidão deste pensamento que avistou a cidadezinha esparramada pela paisagem dourada do sertão, abrindo um sorriso verdadeiro e cheio de esperança e saudade. Desceu de seu cavalo, amarrando-lhe a um mourão fincado na terra. Andou, em passos rápidos, até a cidade, reconhecendo sua juventude deitada ali pelos cantos, coberta por uma finíssima camada de poeira e saudosismo.
Ajeitando o alforje ao lado do corpo com a mão esquerda e segurando a barra do chapéu com a direita, ele chegou à pracinha. Perdido em suas matutações e admirâncias, perdeu de vista, por pouco, o garotinho que se sentava à calçada. Tinha na cabeça um chapéu de aba dobrada — maior do que o próprio cocuruto —, nas mãos encardidas tinha poeira que se conquista brincando de ser criança e, nos olhos, trazia aquele brilho do neto que aguarda seu vô da cidade grande para ir à roça no intento de pôr os arreios e os estribos no cavalo, ansioso para aprender com o seu velho a arte de ser vaqueiro, de ser indígena das matas selvagens e brancas do sertão nordestino.


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Diploma de vaqueira

           Era uma manhã ensolarada quando cheguei ao sertão pernambucano. Havia muito burburinho, as pessoas cochichavam e comentavam sobre um antigo boato, riam e me desafiavam com o olhar.
           Enquanto eu matutava sobre o que poderia estar acontecendo, Sr. Rufinol, dono da propriedade, aproximou-se e lançou um grande desafio: pegar um touro que nenhum homem jamais foi capaz, se eu conseguisse me daria um diploma. Sou vaqueira afamada, boto o chicote pra estalar e pegar boi na madeira nunca foi problema para mim, então logo aceitei a proposta de entrar na mata fechada.
Coloquei meus couros, montei em meu cavalo baio e saí a galope em direção à chapada, no caminho fazia versos de  improviso buscando inspiração para saber como pegar o boi e mostrar àquela gente o que é ser  uma mulher de gado.
Quando encontrei o animal, travamos um longo duelo, por mais de uma vez fui jogada no canto da cerca, mas não me afrouxei, fui para cima do touro enfrentando xique-xique, mandacaru e ponta de pedra e como brasa de angico, eu fiz o touro tremer.
A peleja durou a noite toda, cheguei na fazenda perto do cantar do galo, o povo comemorava mais uma vitória do boi, de tão convencidos não  me viram chegar, amarrei o touro no mourão e entrei na venda, pedi que o botassem um copo extra que eu também tinha o que comemorar.  

Por Gilmara Freitas, 02 de setembro de 2017.



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Um boi na história

           Eu já estava velho e cansado, fazia tempo que não aparecia nenhum tipo metido a herói de perneiras e gibão querendo me dominar. Andar naquelas pastagens e apreciar o horizonte em cima do chapadão era a vida que sempre quis, finalmente havia conseguido.
 Vivia de recordações do passado. Na minha mocidade, enquanto era um mamote, tinha fama de valentão, não havia quem me pegasse na carreira, até o vaqueiro mais afamado levou cambão quando veio atrás de mim, já joguei gente do tabuleiro e dei carreira de velho a menino.
Foi num grotilhão por traz da ipueira que senti o ferrão em meu lombo. O vaqueiro me deixou amarrado em um pé de aroeira, enquanto comemorava o diploma que ganhou por tem me aprisionado.
Naquele dia senti o peso da vaidade humana, me sentindo derrotado e entristecido até que ouvi uma voz dizer: levante a cabeça, touro velho, não se deixe abater; você honrou a classe bovina e todo o gado tem orgulho de você. Era um bezerro que me mostrava que, por minha bravura e coragem,  eu tinha ficado para a história da bezerrada.

 Por Gilmara Freitas, -2 de setembro de 2017.